Astro-rei


Foi tanta luz e brilho que me queimei por inteiro... cada metro quadrado da minha pele, cada metro cúbico do meu sangue, cada infinito sem diâmetro da minha alma.
Agora estou aqui, estático e extasiado...
ardendo de todas as formas dos pés a cabeça.
Aqui, perguntando-me quantas horas dura a noite e quanto tempo o dia é dia.
Querendo tanto pisar na superfície daquele sol, mesmo quando sei que tocar nele é imprudente e letal.
Mas não adianta... Não consigo esquecer porque ele simplesmente está lá em cima brilhando toda hora. Mudo, mas tão cheio de significado.
É uma luz que corrompe minhas verdades, desvenda os labirintos das minhas defesas, e atiça quem esteve adormecido por muito tempo.
Ai...Luz que preenche e esvazia o escuro.
Quero que me rasgue inteiro e me deixe em carne viva porque só assim serei capaz de mostrar ao mundo o que se esconde no revés do meu ser.
Ele é o Sol, o astro-rei e o senhor de tudo.
Ilumina-me, queima-me, dilacera-me, reduz-me a pó.
Para que assim no líquido quente que explode dentro de ti, Sol dos humanos, possa renascer e reconstrui-me pleno.
Pleno de luz.

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