Aquilo pelo qual eu daria tudo

A saudade é assim...
Aperta, sufoca.

Ai como eu daria tudo pra chegar as sete e quarenta no colegio; de entrar escondido na sala; de não levar nada pro colegio só pra dizer que só tinha ido beber água, depois de ter gaziado a primeira aula; de brincar de anagrama na mesa com lais; de aperriar o juizo de glenda; de viajar na maionese com amanda; de ver a cara de "parem de conversar" de jalberth; das piadas dos meninos; de filosofar com caio; de ouvir as histórias loucas de ohanex; de livia e cia sequestrarem minha bolsa; de enconstar as mesas na parede pra conversar; de ser expulso de sala; de se esconder no colegio; de fugir do colégio e ir comer na padaria; de fazer colas coletivas na cara do professor; de não estudar e tirar nota boa; dos lanches coletivos no intervalo; das musicas dos intervalos; do sanduiche da cantina; faltar as aulas pra resolver os projetos da ampel; de faltar as aulas por nada; de ficar subindo e descendo no elavador; de ir pra quadra asilar; de ir andando bem devagarzinho na secretaria; de fazer farra nas excursões; de ir me olhar no espelho do banheiro; de dormir bem quentinho nos braços das meninas no quarto andar; de voltar pra casa todos os dias a pé conversando; de visitar o jardim de infancia e lembrar daquela época; de riscar as paginas do meu caderno que parei de levar da metade pro final do ano; de fazer massagem na mão de lais e na perna de glenda simultaneamente; de glenda dançar quando eu cantava "Like a Virgin"; de ajeitar o cabelo da minha tuti; de toda semana pedir uma caneta emprestado e depois perder; de cantar ao contrario e ficar entrochando meu olho pras meninas rirem; das meninas mandarem eu fazer a barba e eu dizer que tá linda; de lais tirar minha barba com a pinça...
Saudade de escrever pactos de pintar o cabelo de azul e de amizade eterna. Pactos que assinamos para que não houvesse a separção e que hoje estão perdidos na pilha de folhas de papel guardadas no sótão.
Pactos de eternidade...
Serão eternos, porquanto sobreviva em mim o desejo de dar tudo em troca doos tempos em que eramos felizes e, como sempre, não sabíamos.