Por trás da porta



sei lá.
não sei se é esse clima frio lá fora ou aqui dentro.
É como se tudo estivesse numa iminencia constante de qualquer coisa.
Talvez de mudar, de explodir, de sumir...
Passo por encruzilhadas e sinto a morte susurrar... Não olho pro lado.
Acho que mesmo quando está um sol escaldante lá fora, e aqui dentro ainda é inverno, há algo suspenso no ar, à espreita.
E numa forma hiperdimensionada, é uma sensação de estar sendo vigiado todas as horas todos os dias. Um deslize meu e a criatura revela-se por trás da porta.
Vivo, mas com receio de que meus pensamentos migrem do clima frio, aqui dentro, pra esse mundo, aqui fora.
E numa forma hiperdimensionada, tenho muito medo de que tudo o que eu digo seja a pura tradução das coisas que, inevitavelmente, acontecem de fato.

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