Divagações sobre qualquer coisa importante...


Como diz a incomparável Ana Carolina, não se se me entrego ou se me acompanho.
Não me troco nem me valorizo, ainda que tudo me enalteça.
Considero-me sempre o meio termo de qualquer coisa que seja... Não por indecisão, mas por encontrar razão em todas as partes contrárias e ver incongruencias em todas as questões.

O que posso dizer das abstrações do mundo ou da solidez concreta das construções humanas? E muito mais, que poderia dizer de mim se acredito que em cima do muro existe uma profundidade que a vista não alcança?
É claro, muito claro (límpido!), que me empurraram pra esse lado há muito tempo. Se não, desde sempre...
Sou descuidado, preocupado e esqueço de tudo com grande intenção. Não sei se esqueço por desleixe com esta vida, ou simplesmente pela vontade de não lembrar de coisas amenas e até mesmo substanciais.
A grande verdade é que sou muito profundo e pouco denso. Inconstante nas meias horas do dia e inconsequente nos momentos cruciais.
Mas isso se você enxerga o Sol que eu sou. Porque admito ser uma calamidade fervilhante sob a crosta de calor e muita luz.
Estou cansado de entreter, ser conveniente, admitir, ceder, sorrir por casualidade e até de chorar pela súbita constatação do mundo. Cansado de dizer que tenho preguiça quando tenho medo ou de ter sono quando há tanta coisa desperta.
Quero ter a liberdade de cantar no meio da rua sem fim, de pular o muro de um beco sem saída, de sentir a profusão de sentimentos do mundo, de entrar em ressonância com o ruído grave que a emite a Terra em suas voltas intermináveis.
Quero, com algum direito, admitir que me apaixonei perdidamente e que este é o motivo dass minhas olheiras. Ter a consciencia de que existe alguém em algum lugar que veio ao mundo somente com a pura intenção de me amar e de ser amado por mim.
Dizer bom dia e crer realmente que ele será bom. Acordar de manhã sem pensar nos problemas e nas coisas que não fiz.
Enfim, quero o que muita gente quer e não tem, como eu. Mas deve (tem) que existir alguma razão muito especifica para tudo que acontece ou que deixa de acontecer.
E mesmo depois de toda essa divagação...
ainda não saberia decidir se me entrego ou se me acompanho.

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